Perante o confinamento durante o surgimento da pandemia de Covid-19, Deborah Guest e Stéphane Nuvoloni fizeram como todos: fecharam-se na sua casa em Lisboa e adaptaram-se aos novos tempos. Mas, com o desconfinamento, o trabalho entrou no ritmo do costume, sem grandes mudanças. “Fomos obrigados a tomar todas as medidas de segurança, passámos a não nos poder esquecer das luvas e de tudo o que é um pouco sanitário, pensar nos encontros com as pessoas e a usar as máscaras”, diz Deborah, acrescentando: “Foi isso que verdadeiramente mudou.”
As expectativas dos clientes
Ainda assim, a pandemia trouxe alguma incerteza em termos económico-financeiros e isso reflete-se em alguns comportamentos dos clientes. “Os nossos clientes esperam talvez que os preços baixem. Se houver uma segunda vaga, será que os preços vão baixar?”, pergunta Deborah.
Depois, há outros clientes que, passado o período de confinamento, sentem vontade em ter uma casa com um jardim, perto da praia, ao passo que alguns continuam a querer exatamente as mesmas coisas de antes. “Um apartamento com vista, uma varanda”, continua a agente imobiliária.
Ainda assim, perante a incerteza do futuro, há vários fatores a jogar a favor da evolução do mercado imobiliário no país. “Portugal geriu muito bem a crise, os portugueses são extremamente agradáveis, o clima é perfeito e os locais são magníficos”, refere Deborah.
Os clientes de Deborah e Stéphane são os de sempre, com algumas mudanças. “Muitos dos nossos clientes vêm da Europa. Há italianos, não estamos mal no que toca aos ingleses, Obviamente que temos clientes franceses, mas também franceses que estavam a morar por exemplo em Hong Kong e que agora estão a regressar”, diz, acrescentando: “Temos alguns americanos que começam a solicitar os nossos serviços.”
No que toca à atividade propriamente dita, Stéphane afirma que a pandemia não teve, por enquanto, particular impacto, abrindo, pelo contrário, novas oportunidades. “Por exemplo, com o coronavírus, algumas pessoas que hesitavam em instalar-se em Lisboa tomaram finalmente essa decisão e foi uma maneira de os forçar a tomar uma atitude.”
Olhando para o que ainda está por vir, Stéphane defende que “o futuro é, acima de tudo, otimista”. E, apesar do impacto económico da pandemia em Portugal e no mundo, novas oportunidades surgirão: “Haverá novas maneiras de viajar e de viver, que serão benéficas a longo prazo.”
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